sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Apple reforça investida em filmes e música

Com lançamento do Ping, rede social voltada para o iTunes, companhia desafia Facebook. E Steve Jobs apresenta nova versão da Apple TV

Por Lena Castellón
02 de Setembro de 2010 às 12:15


Quem pensar em rede social e música, poderá mencionar players como MySpace (talvez a primeira lembrança de muitas pessoas) e Last.fm, para citar serviços que funcionam mundialmente. Facebook? Não propriamente pelo foco, mas são tantos os aplicativos na empresa comandada por Mark Zuckerberg que, sim, pode-se incluir o site na lista. Agora, eles ganham um concorrente, o Ping, da Apple.

Na quarta-feira, 1, Steve Jobs, fundador e CEO da companhia, fez uma apresentação em São Francisco (EUA) para falar das novidades da Apple. Falou de melhorias técnicas no sistema operacional móvel da empresa, introduziu um software que permitirá impressão wireless por meio do iPad e do iPhone e demonstrou os novos iPods. E, então, anunciou o Ping, uma "rede social para música", como salientava o telão por trás de Jobs.

O CEO da Apple explicou a novidade dizendo que é como se o Facebook e o Twitter encontrassem o iTunes (que, aliás, está com logo renovado, sem a figura do CD por trás). Mas sem ser o Facebook ou o Twitter. O Ping está integrado à loja virtual que conta com 12 milhões de músicas em seu acervo. Ou seja, é preciso usar o iTunes (a última versão, a 10) para pertencer à rede social. Não é pouca coisa. Há cerca de 150 milhões de usuários ativos do iTunes no mundo - e aproximadamente 160 milhões de números de cartões de crédito que efetivaram compras. Jobs ainda enumerou outros feitos: até o momento foram baixados por meio da loja 11,7 bilhões de canções, 450 milhões de programas de TV, 100 milhões de filmes e 35 milhões de livros.

A comparação com as duas redes mais famosas do mundo faz sentido. Pelo Ping, o usuário pode escolher entre deixar suas recomendações musicais, seus hábitos, gostos e compras visíveis a um grupo de amigos - como ocorre com o Facebook - ou disponibilizar esses dados a qualquer um que queira segui-lo, como acontece no Twitter. Quem estiver no Ping também poderá seguir bandas e artistas, sabendo de antemão lançamentos e tour, entre outras informações.

Para alguns analistas ouvidos pelo jornal The New York Times, o Ping tem potencial para rapidamente se tornar um sucesso, ameaçando o momento de alta que vive o Facebook. Um dos motivos é seu tamanho. Além disso, por meio da rede social, a decisão de comprar uma música no iTunes seria facilitada. O impacto sobre o MySpace seria ainda maior.

Já uma jornalista do The Wall Street Journal, Kara Swisher, questionou Jobs, após a apresentação - que teve direito até a show de Chris Martin (vocalista do Coldplay) -, se não foi tentado um acordo para integrar a rede ao Facebook ou ao Twitter. O CEO da Apple revelou que teve conversas com o Facebook mesmo, mas que elas não evoluíram por um motivo: segundo Jobs, eles estavam estabelecendo termos onerosos com os quais a Apple não podia concordar. Não está certo, porém, que o acordo seja estabelecido no futuro.

Outra novidade que chamou atenção foi a repaginada da Apple TV. Jobs mesmo reconheceu que o sistema, lançado em 2007, não teve o resultado que esperava. "Vendemos muitos deles, mas nunca foi um grande sucesso", declarou. Mas agora ele acredita que o aparelho será mais bem aceito. A nova geração da Apple TV, um set-top box conectado à internet, deixará de vender conteúdo e passa a oferecer somente aluguel de filmes e programas a preços mais em conta. Fora isso, ele permitirá a exibição de vídeos que estão em iPhones e iPads, graças a seu novo software.

O aparelho lançado é menor e mais barato do que o anterior. O valor é de US$ 99, contra US$ 229. O aluguel de filmes, em HD, sairá por US$ 4,99 no dia em que o título for lançado para o mercado de DVDs. No caso de programas de TV, o preço fica em US$ 0,99. Por ora, a Apple fez acordo com a Fox e a ABC. Jobs comentou que as demais emissoras teriam ainda de concordar com o modelo de preços da companhia, negociação que não tem garantia de sair logo ou até mesmo de dar certo. O mesmo vale para os grandes estúdios de cinema.


Fonte: MM Online

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